As investigações realizadas pelos professores, artistas e pesquisadores que integram o Observatório da Formação de Professores de Artes Visuais evidenciam a expansão das redes de relações entre produção, distribuição e apropriação da arte. O grande paradoxo é que nas condições objetivas da sociedade moderna capitalista ampliam-se as trocas socioculturais, mas também as carências materiais e imateriais da maioria da população, assim como as assimetrias entre a produção voltada à satisfação das necessidades humanas e aquela direcionada à reprodução do capital (MÉSZÁROS, 2009). A primeira premissa que fundamenta as reflexões que propomos para debate nesse simpósio diz respeito ao papel central do trabalho no processo de formação de homens e mulheres, em geral, e de professores de artes visuais, em particular. Trata-se do trabalho enquanto atividade vitalmente humana, por meio da qual o homem produz e reproduz a própria vida. Destacamos o papel da contribuição da Pós-Graduação em Artes Visuais: produzir análise crítica sobre as condições subjetivas e objetivas de formação do professor, no âmbito das licenciaturas em Artes Visuais. Como apontou Hillesheim (2013), as licenciaturas em Artes Visuais são pouco estudadas no contexto da pós-graduação em Artes Visuais. É justamente nesta perspectiva que se pretende pensar: saber arte é o suficiente para ensinar? Depois, qual o lugar que o saber artístico ocupa na definição de um projeto de ensino da arte? O que nos revela o caráter histórico e político do processo de formação-atuação do professor de artes visuais? Que pensamento artístico e pedagógico solidifica-se não somente entre os educadores da Escola Básica, como também no Ensino Superior? Como superar um pensamento sobre a arte ora espontâneo, que se apoia no laisser-faire, no dom gratuito ou inato, na sensibilidade espontânea e imediata; ora conservador, que substitui a familiarização artística e cultural pela imposição da técnica descolada dos sentidos que carrega, no âmbito do seu ensino? As tecnologias cumprem um papel político, estético e pedagógico na formação dos professores de artes visuais, ora como redentora, ora como nefasta aos processos educacionais Fonseca da Silva (2013). Que visões são disseminadas nas licenciaturas acerca da inserção das tecnologias no mundo do trabalho? Buscamos finalmente debater as questões acima abordadas sistematizando contribuições para a área.
Palavras-chave: formação; observatório; educação estética